Faz agora um ano que a Milho D’Oiro assinalou o Dia Internacional da Mulher, tratou-se de uma grande iniciativa de uma pequena associação.
Nessa altura, a Milho D’Oiro, renascida “das cinzas” uns meses antes, com todas as dificuldades que uma associação enfrenta no seu arranque, quer pela equipa directiva, quase toda, virgem no associativismo, quer pelas várias portas fechadas que encontrou (quando contava com elas abertas), nunca vacilou no caminho dos objectivos traçados, tendo sempre uma enorme vontade de querer fazer e de contribuir para tirar o associativismo do marasmo em que se encontrava. Um ano depois tudo mudou, muitas portas já não se fecham na nossa cara, outras até nos convidam a entrar, mas o mais importante, é que não defraudamos as expectativas dos poucos que inicialmente em nós confiaram e apoiaram.
Mas voltando à Mulher e um ano atrás, o que mais recordo desse dia foi a vontade com que vinte mulheres, de luvas calçadas, pedra numa mão e pá com cimento na outra, puseram o seu cunho pessoal num monumento que é de todos, mostrando que também elas têm uma palavra a dizer na construção dos valores da nossa sociedade. Também na memória, está a forma como catorze artistas transformaram a sede da Junta de Freguesia num “templo de arte”, com uma exposição colectiva de pintura, escultura e desenho, até então nunca vista em Gavião. A homenagem à Mulher terminou com um debate sobre os desafios que são colocados às mulheres, suportado por um magnífico painel de oradores.
Fica a memória do que foi feito, mas sobretudo o lamento pelo modo ligeiro com que este dia é lembrado, normalmente não passa de uns jantares.
Luís Ribeiro