O nome Milho D’Oiro tornou-se conhecido para mim, e para as pessoas da minha geração, pelo grupo de música popular e tradicional. Conquistou, nos finais dos anos 80 e durante os anos 90, a população adulta, mas também soube criar empatia com os jovens que, agora já adultos, ainda recordam com saudade sucessos como “Olha a Chibinha”, “Bai marinheiro, bai, bai”, etc.
Actualmente, o nome Milho D’Oiro é (re)conhecido pela sua dinâmica em várias áreas, desde a cultura à social, sem esquecer a área musical, que lhe deu origem. Sinto felicidade por isso, porque conheço, mais ou menos, o seu percurso e acho que este era o melhor caminho.
Por outro lado, estou contente porque a actual direcção está a desenvolver um trabalho muito interessante, apostando na satisfação das necessidades dos seus associados e da população em geral, o que continua a cativar, cada vez mais, toda a gente, mesmo os mais novos.
O que observei, há dias, numa viagem de autocarro é bem elucidativo. Dois jovens estudantes regressavam a casa no fim das aulas e o tema da conversa era associação Milho D’Oiro.
O diálogo desenvolvia-se numa linguagem típica da juventude dos nossos dias, mas interessante e séria.
Era mais ou menos assim:
- É meu! Eles têm bué coisas fixes e os men’s da direcção são bué fixes também. São jovens como nós, só tem um que é mais cota, mas é porreiro, gosta da malta jovem...
- Como é que sabes dessa cena, meu? – perguntou o receptor.
- Sei porque sou sócio. A minha mãe anda na ginástica. Há bué gente na ginástica. É uma cena muito fixe, men! Eu já andei na dança, a prof de dança é cubana e é muita fine!
- E dança bem? – voltou a perguntar o receptor muito interessado nas informações do colega.
- Ya, mano! É bué, bué divertida e dança pa caraças!...
- E em que dias é essa cena?
- É ao domingo à noite, das 8 às 10 horas, no Polidesportivo das Ribeiras, - respondeu o jovem.
- Um dia destes vou lá, deve ser fixe...
- É mano! Ó pá, mas leva uma miúda. é melhor teres par. É bué fixe, há malta que vem de Santo Tirso, men!...
- Tou a ver que essa associação é o máximo, tou a curtir a onda! – continuou o interessado jovem.
- É men! Lá ta-se bem! tem uns men’s que gostam de ler, de poesia, de história, de artes e fazem bué cenas para os que gostam de estar nessa onda. Fazem uns serões. No ano passado foram para a beira do rio de Moledo falar do Bocage. Foi o máximo! Mas também ensinam a tocar aquelas cenas tradicionais – os cavaquinhos, as concertinas, guitarra, etc. E agora tão a formar um coro de música ligeira que vai ser bué divertido. Não tem nada a ver com aqueles coros tradicionais, é todo p'ra frentex, é mesmo do baril!
- Ei pá, tou a ver que tu curtes mesmo essa onda!
- Curto men! Lá tou na boa, mas se queres saber mais consulta a página da associação na Internet. Vais-te partir a rir com a “Verdinha”...
- O que é a Verdinha? – interrompeu o jovem.
- Ó mano, é a mascote das cenas que eles estão a fazer sobre o ambiente. Vai à net, é só uma beca e vais ver que vais curtir bué. Ainda vais inscrever-te como sócio, mano!... A sério! A associação Milho D’Oiro é bué fixe!
Fiquei feliz por ver um jovem atento, bem informado e interessado nas actividades da associação e outro receptivo à informação e interessado em saber mais.
Isto, de facto, é muito bom! Até me apetece repetir a expressão do jovem: a Milho D’Oiro é bué fixe!!!...
Um grande abraço para todos os que contribuem para que a Milho D’Oiro esteja nesta onda. Parabéns.
Fátima (Gavião)